13 de janeiro de 2011

Nietzsche e o Deus que dança


Por Filipe Garcia
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Nietzsche disse que só creria num Deus que soubesse dançar. No entanto, por insensibilidade ou por distração não percebeu que em Jesus, Deus estava dançando e, por isso, perdeu o show e não pôde apreciar a dança. Sim, em Jesus Deus dançou e dança de forma graciosa conosco. Ninguém que com alguma percepção e sensibilidade leia o Evangelho deixará de ver Jesus em constante dança. Vejamos: Ele começa seu ministério interrompendo a falência de uma festa e transformando água em vinho; ele é recriminado e criticado porque atende a convites para festas em casas de pessoas pouco recomendáveis e porque dança com pessoas descriminadas e consideradas indignas; sua misericórdia para com o drama humano é música aos ouvidos dos oprimidos e marginalizados; seus gestos inclusivos e subversivos são parte da mais estonteante das coreografias; e quando ele deseja expressar a alegria de Deus e de anjos pela chegada da consciência a algum coração, ele prepara o cenário de uma festa. O pai do pródigo dançava e gostava de música; os reis das parábolas de Jesus promoviam grandes festas; e o Nazareno em pessoa convidava todos para a Grande Festa. Por isso, eu digo que Nietzsche não viu nada. Aliás, viu tanto “cristianismo” que não viu Deus dançando em Cristo. Ele mesmo não percebeu o quão pré-condicionado estava; não conseguiu enxergar que tudo era um convite para a festa na casa do Pai. As parábolas de Jesus estão cheias de convites para que se venha dançar e quando ninguém atende ao convite, ainda assim ele não cancela a festa: enche a casa de mendigos, veste-os com trajes próprios e ordena a liberdade. Até João Batista, que não dançava do lado de fora, sabia que o que estava acontecendo era uma festa. Jesus era o noivo. A festa era dele. João se alegrava. De fato, se eu tivesse que dizer alguma coisa ao filósofo, lhe diria: Eu é que não acredito em filósofos que não sabem dançar e nem ver quando a festa está proposta. O que custava ao filósofo era crer que Deus não tinha nada a ver com o mal humor do Cristianismo; que chatos são os cristãos e não o Cristo; faltava-lhe perceber o contraste que existia e existe entre Jesus e os religiosos. Acabou que o pensador foi incapaz de ouvir as músicas e entrar na festa. Portanto, quem tem ouvidos para ouvir as músicas da Graça, que entre na festa. Deus está chamando você pra dançar e, é por isso, que o convite tem o nome de Boas Novas.
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5 de abril de 2010

Benefícios do Pilates para Bailarinos

Pilates é um sistema de baixo impacto, um exercício que trabalha para fortalecer e alongar os músculos sem adicionar volume ao corpo. Ela envolve uma série de movimentos, alguns realizados com a ajuda de equipamentos que melhoram o controle da resistência, fortalece os músculos abdominais internos e melhora a flexibilidade. Pilates trabalha com o ritmo da respiração, tornando-se a mente treinada e o corpo tonificado. Embora qualquer pessoa pode praticar Pilates para a melhoria da saúde global, os bailarinos têm experimentado os benefícios ao longo de décadas.

História

Joseph Pilates desenvolveu o sistema em 1920, e os pacientes tratados na Primeira Guerra Mundial por fraudes em equipamentos de resistência aos leitos hospitalares. Em 1926, Joseph Pilates se mudou para Nova York com sua mulher, Clara, e abriu um estúdio perto do New York City Ballet. Logo, ele criou um método para os dançarinos, para a sua capacidade de criar músculos longos, magro e um físico forte, e racionalizado.

Princípios do Pilates

Há vários princípios que define a prática do Pilates:

Controle / Precisão - Pilates incentiva os movimentos exatos, precisa ter qualidade de movimento.
Estabilização - O corpo é seguramente estabilizado antes de executar as posturas.
Centrando - Incentiva o foco mental que acalma a mente. Todo o movimento é iniciado a partir do tronco, e irradia para as pernas.
Respiração - Todos os movimentos estão integrados com a respiração diafragmática profunda.
Alinhamento - O corpo está alinhado com a cabeça, pescoço e coluna vertebral até os dedos dos pés.
Fluidez - Todos os exercícios são realizados em um estilo fluido e contínuo, ao invés de focar na repetição.
Integração - Todos os grupos musculares são integrados ao trabalho, apoiados pelo núcleo.

Benefícios para Bailarinas

Pilates é particularmente benéfico para os bailarinos para fortalecer os músculos abdominais internos, e criar uma forma corporal aerodinâmica. Bailarinos serão capaz de alongar e desenvolver os músculos sem aumentar os músculos de volume. Com o desenvolvimento da musculatura abdominal interna, a tensão na parte traseira é minimizada e as lesões são evitadas. A natureza fluida da prática de Pilates promove a economia de movimento, e pode ser facilmente incorporado a um regime no treinamento dos bailarinos, como um conjunto de exercícios usando mente / corpo.

Bailarinos em recuperando de uma lesão podem incorporar Pilates em sua reabilitação, devido ao baixo impacto sobre as articulações do corpo e dos músculos. Os músculos são reforçados através do movimento de resistência suave, quer utilizando a resistência natural do corpo sobre o colchonete, ou com a ajuda de máquinas especialmente projetadas.

Pilates e dor nas costas

Muitos bailarinos se machucam nas aulas e e um dos melhores remédio para não se machucar é reforçar essa área que é crucial para um núcleo forte. O Pilates proporciona aos bailarinos as ferramentas que eles podem levar para a vida cotidiana, uma forma de melhorar a postura e eficiente que mantém todo o corpo flexível e tonificado.

Pilates é para todos


Dançarinos de todos os níveis podem se beneficiar da prática de Pilates. A prática regular vai garantir toda a força do corpo, músculos e muita flexibilidade para melhorar sua habilidade na dança, bem como fortalecer o núcleo interno para o controle. Bailarinos de todas as idades que praticam Pilates se sentem melhor no seu desenvolvimento na dança, além de melhorar a sua saúde em geral.



31 de março de 2010

Twiter


Oi pessoal. Estamos sumidas, mas são por boas causas. Em breve estaremos aqui com muitas novidades!
Mas adiantando uma delas:

Temos um Twiter agora, siga-nos os bons!


Então é isso por enquanto. Em breve contaremos mais detalhes sobre o novo tempo de Deus para o Renovo!

Bjão.
Adriana Camillo

21 de fevereiro de 2010

Chamada à ação

Este vídeo foi exibido no Congresso de Louvor e Adoração do Diante do Trono, em pregação do Pastor Gustavo.

8 de fevereiro de 2010

Firmes e Inabaláveis

Em 2010 eu vou desejar e me esforçar para que este seja o melhor ano da minha vida. E sugiro que faça o mesmo! Temos vivido em tempos muito difíceis, a doença do século é a ansiedade, e também o estresse, tudo é imediato. Eu preciso emagrecer muito, e quando olho pra todo o lado, para o mundo, ele me diz que tenho que ser magérrima e isto, bem rápido, urgente: perca muito peso em apenas um dia e sem esforço. Estamos na geração microondas, tudo fica pronto em apenas um minuto, ou menos, mais que isso é perda de tempo. Quem aguenta tanta pressão e imediatismo, e tudo sem se esforçar?

Nós, como ministros do Senhor, que trabalhamos com a arte, acabamos entrando nesta onda sem perceber. Já criamos três ou mais coreografias em uma hora de ensaio, já ministramos muitíssimas vezes músicas que nunca ouvimos e certemente nunca vivemos o que era cantado, nem prestamos atenção na letra. Ministrar o quê?!? Levar o quê às pessoas?

As coisas vão ficando sem sentido. O "legal" é quantidade e a qualidade não importa muito. Se eu erro os passos, se não estou alongada, ou em sincronia e unidade com meu parceiro de dança, isto pouco importa, o negócio é cumprir a agenda. É ter mais uma ministração no currículo.

O ativismos de nossas igrejas e a falta de compromisso dos ministros tem como consequencia este evangelho ministrado como uma arte barata e sem qualidade, onde muitas vezes não se buscou do a direção para a forma, para o modo, para os passos. Mesmo com toda técnica que vamos adquirindo a cada aula, a cada coreografia, em cada oficina, temos que estar em total sintonia com o Espírito Santo de Deus.

Por isso, se não decidirmos hoje (livre arbítrio) fazer tudo para sermos melhores, como será então mais este ano? Um ano passa rápido. Tudo é uma questão de decisão, pois uma coisa já sabemos, em Cristo venceremos.

O que precisamo decidir é sermos firmes e constantes, ou inabalávies. Aconteça o que acontecer, estejamos firme no propósito de buscar ao Senhor, nosso único alvo, e obedecê-lo, com alegria e constância. Comecemos então meditando nestas palavras e decidindo torná-las vivas através de nossas atitudes: 
"Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes (inabalávies), sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor."
1 Coríntios 15:57-58.

Que 2010 seu ministério seja firme e inabalável!

Adriana Camillo e Silva
Líder do Ministério Renovo

13 de janeiro de 2010

O diálogo que não veio - Uma análise crítica sobre a dança na igreja evangélica brasileira

Por Vitoria Meireles

Aproximando-se o ano de 2010, a igreja evangélica brasileira está para viver o fechamento de um ciclo de aproximados 10 anos de efervescência, desde o retorno da dança na liturgia. Retorno, porque nos idos do século XIII e até o século XV, a igreja cristã católica romana experimentou algumas benesses da presença da dança em sua liturgia. Contudo, nesse mesmo período, por inúmeras razões sobre as quais seria preciso um estudo à parte, ela estava para abolir essa dança então chamada de carola ou tripudio ou somente dança (numa tentativa de aproximação).

Passados alguns séculos, a igreja vive - nesse caso, a evangélica - um momento parecido (guardadas as proporções espaço-tempo), pois após esse período de muita efervescência e aparente contribuição da dança na liturgia, muitas igrejas e até denominações inteiras têm preferido abolir essa participação ou, em outros casos, simplesmente não deixá-la começar.

Desde as duas últimas décadas do século XX, já se podia perceber um prenúncio do que tem se presenciado nos últimos dez anos, sob o nome de grupo de coreografia, embora a efervescência de tal dança possa ser notada a partir de meados da última década, já no século XXI. É preciso, porém, fazer um recorte histórico para dizer que a arte, ao contrário do que muita gente imagina, sempre esteve presente na história da vida cristã e da igreja. Há inúmeros exemplos no Antigo Testamento sobre a preocupação quanto ao local de culto e celebração ser arquitetado e adornado sob as mãos dos mais habilidosos artistas. Dando um salto para a Idade Média, é fato a participação da arte em todo o contexto da igreja, manifestado não só na arquitetura e no adorno das igrejas romanas, mas também nas festas e celebrações, ainda que sob o contexto negativo vivido pela religiosidade da época.

Com a chegada da modernidade e o crescimento dos movimentos protestantes houve um rompimento nesse processo de participação da arte, sobretudo na igreja de cunho evangelical e posteriormente nas de cunho pentecostal e neopentecostal. A arquitetura tornou-se pobre, toda e qualquer manifestação artística foi abolida e entendida como ardil, do diabo e contrária aos cristãos evangélicos. A revelação, a Bíblia, ocupava a centralidade do culto, porém sob uma leitura muitas vezes fundamentalista e autoritária quanto à sua aplicação doutrinária.

Importante ressaltar que não há aqui nenhuma intenção de protestar contra a Bíblia como centralidade do culto. Na verdade, percebe-se hoje um movimento perigosamente contrário a isso nas igrejas. E, onde a falta de equilíbrio impera, há distorções que conduzem a manifestações de fundamentalismos que desumanizam e afastam a igreja do plano central de Deus, que é o amor.

Na atualidade, período entendido como pós-modernidade ou alta-modernidade ou simplesmente contemporaneidade, após a igreja evangélica se consolidar historicamente e desenvolver inúmeras teologias e doutrinas, vê-se o movimento de retorno às artes com a inserção de algumas manifestações cênicas outrora inimagináveis no seio da igreja - como a dança, por exemplo, além do teatro e do circo. Contudo, esse movimento tem se dado de forma desequilibrada e proporcionado mais repúdio e misticismo do que alteridade, comunhão, fruição e beleza.

A arte cumpre um papel de refinamento e especialização do olhar, entre outras coisas, como o estabelecimento de relações de troca. Como linguagem, colabora na educação, na ampliação da visão e cosmovisão de mundo, devido ao seu caráter de subjetividade que acessa os sentidos do ser humano de forma mais individual, proporcionando a cada indivíduo experiências diferenciadas se comparadas ao senso comum, permitindo ao ser humano sair da obviedade e literalidade, e vivenciar algo além da linguagem dos clichês.

A dança, arte cênica que é o foco desse artigo, presta-se hoje, de modo geral, a criar e desenvolver doutrinas em nome de Cristo, quando se trata de sua manifestação na igreja. Esta, por sua vez, além de não estar afinada com os parâmetros artísticos, possui líderes (especialmente os envolvidos com a “arte) “artistas” que têm sabem lidar com princípios básicos da fé cristã. Há muitas pessoas imaturas, liderando grupos, num pretenso fazer artístico, ensinando conceitos criados por si mesmos, lançando mão de trechos bíblicos fora de contexto para somar autoridade ao seu falar, instando as pessoas a entenderem-no como líderes com palavra profética, levando a liturgia à corrupção.
Ao invés de se somar à liturgia para proporcionar um diálogo com a igreja relativo ao corpo, se contentando apenas em ser e fazer arte, preocupa-se mais em ter e estar, conceitos próprios da contemporaneidade, cooperando tão somente para que a igreja continue percebendo o corpo como elemento de distanciamento entre o cristão e Deus, tendo em vista o corpo num parâmetro dicotomizado, no qual o homem tem corpo e alma atuando de forma diferenciada e não integral como a Bíblia propõe. Apesar da aparente aproximação, provocada pela mística presente nas interpretações coreográficas, estas são recheadas de clichês, de mímicas literais e adereços adicionados aos figurinos que assumem caráter para além do simbólico, quase numa tentativa de cumprir o papel do Espírito Santo, quando propõem uma sacralidade exacerbada dos mesmos, como se eles fossem divinos e tivessem poderes próprios para curar e libertar pessoas ou provocar qualquer ação espiritual.

Infelizmente, o que se vê em grande parcela das igrejas evangélicas no Brasil hoje é a perda da centralidade da Palavra de Deus nos cultos, a substituição da figura de Cristo por outras coisas, a ocupação desse espaço por uma arte esvaziada de conteúdo, que não proporciona outra coisa senão misticismo pernicioso, confusão teológica e doutrinária, principalmente para os novos na Fé. Ainda é preciso dizer que as artes cênicas, sobretudo a dança, têm ambicionado um lugar de destaque que não pertence à arte e sim a Cristo. E que, enquanto esta arte busca status teológico e doutrinário, escondendo atrás do sonho do púlpito uma vaidade velada, perde a oportunidade de proporcionar à igreja o resgate do belo por meio da fruição estética e o acesso à subjetividade, que para a psicologia é o próprio ser humano, e para a teologia está na relação entre criador e criatura.

O século XXI está apenas começando. As artes cênicas podem contribuir para que a igreja venha, nesse século, a romper com o paradigma do corpo e para que tal diálogo aconteça. (Cristo se fez corpo, se fez carne e habitou entre nós - Jo 1:14). Podem contribuir também para uma liturgia rica de elementos sensoriais e o desenvolvimento de uma espiritualidade saudável, que aprecie o belo e saiba retornar isso ao criador, sem que, para tal, tenha que se tornar elemento central ou de maior importância no culto ou na vida da igreja, mas apenas prestar um serviço ao reino de Deus através do dom que Ele mesmo deu.


Vitoria Mereiles é bailarina, integrante do grupo Catavento Dança & Pesquisa, professora de dança contemporânea e preparação corporal para bailarinos, pesquisadora do sistema Laban. Formada também em Teologia pela FATE-BH, é membro da Igreja Batista da Lagoinha, aonde integra a diretoria artística do ministério de artes.

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